BEM-VINDA(O) AO SITE E LOJA
da academia piarelli.
aCADEMIA do ócio produtivo QUE CHAMAMOS DE eSCOLA produtora de aprendizagem.
(vISITE NOSSAS PÁGINAS E CONHEÇA NOSSOS PRODUTOS E IDEIAS)
Blog
MANIFESTO EDUCACIONAL (Celso Piarelli)
A falácia da Recuperação
MANIFESTO EDUCACIONAL
Pela Superação da Maquiagem Estatística e do Determinismo Pedagógico na Educação Brasileira
Introdução
A “recuperação” escolar, prevista nas diretrizes educacionais brasileiras, tem como objetivo oferecer aos alunos oportunidades adicionais de aprendizagem. No entanto, nas últimas décadas, essa prática tem sido distorcida em muitas “redes” de ensino, transformando-se em um mecanismo de maquiagem estatística para atender a metas impostas por organismos internacionais e políticas públicas voltadas mais para números do que para qualidade.
A Função Original da Recuperação
A recuperação/segunda chance deveria ser um instrumento pedagógico legítimo, voltado para:
Reforçar conteúdos não assimilados.
Promover equidade no processo de aprendizagem.
Evitar reprovações desnecessárias e desmotivadoras.
Se fosse bem aplicada, contribuiria para o desenvolvimento integral do aluno e fortaleceria o papel da escola como espaço de formação. Contudo, há enorme distorção da prática.
A Distorção da Prática, em muitas escolas brasileiras, especialmente da rede pública estadual e municipal, a recuperação passou a ser usada como:
Ferramenta para evitar reprovações a qualquer custo.
Estratégia para elevar artificialmente os índices de aprovação, como IDEB e outros indicadores, além das avaliações internas escolares.
Resposta a pressões externas, como metas estipuladas por organismos multilaterais (Banco Mundial, OCDE), que condicionam investimentos à melhoria estatística dos resultados.
Essa distorção gera efeitos colaterais graves:
Desvalorização do esforço e da aprendizagem real.
Desmotivação de professores, que se veem obrigados a aprovar alunos sem domínio dos conteúdos.
Formação deficiente, que compromete o futuro acadêmico e profissional dos estudantes.
Desmotivação para o aluno se configurar como estudante, de fato.
O Determinismo Pedagógico: O Estigma da Origem
Outro fator que contribui para a fragilização da recuperação escolar é o determinismo pedagógico — a crença de que o desempenho do aluno está condicionado à sua origem familiar e social. Em muitas escolas, é comum ouvir justificativas como:
“Ele não aprende porque os pais também não estudaram.”
“A família é desestruturada, então não adianta tentar.”
“Já vem de gerações com baixa escolaridade.”
Esse tipo de discurso:
Naturaliza a desigualdade, como se fosse inevitável.
Estigmatiza o aluno, que passa a carregar um rótulo de fracasso.
Desresponsabiliza a escola, que abandona seu papel transformador.
O determinismo pedagógico é uma forma sutil de exclusão, pois nega ao aluno a possibilidade de romper com seu contexto e construir uma trajetória diferente. A escola, nesse cenário, deixa de ser espaço de emancipação e passa a ser reprodutora das desigualdades sociais.
A Falácia Semântica da “Recuperação”
A própria palavra “recuperação” carrega uma armadilha conceitual. Etimologicamente, recuperar significa retomar algo que foi perdido. No contexto educacional, isso sugere que o aluno já teve o conhecimento e, por algum motivo, o perdeu — o que raramente corresponde à realidade.
Na maioria dos casos, o aluno nunca adquiriu o conteúdo de forma significativa. Portanto, falar em “recuperação” é impreciso e pode gerar interpretações equivocadas:
Pais e gestores acreditam que o aluno está apenas “relembrando” algo que já sabia, quando na verdade ele está aprendendo pela primeira vez.
Professores são pressionados a “recuperar” em tempo recorde o que nunca foi aprendido com profundidade.
O aluno é visto como alguém que falhou, quando o fracasso está no processo de ensino que não garantiu recursos e nem alertou o aluno e nem seus pais para os mecanismos de aprendizagem. Considerando que no processo de ensino está inclusa a preparação do aluno para o aprendizado, o que é papel da escola e da família, após orientada pela escola.
Essa crítica é reforçada por estudos que apontam que as tais classes de recuperação escolar muitas vezes cristalizam o “não saber” e reforçam o estigma da deficiência, em vez de promoverem o desenvolvimento.
Por tanto, Reforço Escolar é um termo mais honesto e de coerência linguística. Assim, notemos que dentre as causas de uma educação precária brasileira, também está o desdém com os vocábulos, os quais confundem seus atores e semeiam diversas confusões, como, por exemplo, o uso de redes em lugar de sistemas de ensino, aluno como sinônimo de estudante ou professoras regentes, ao se referirem a unidocência e professores especialistas, quando são apenas graduados e tantas outras novas denominações que não seguem o processo linguístico para nomeação do novo, onde se prima pela correlação entre o nome e o objeto em si.
Portanto, diante disso, muitos educadores defendem o uso do termo reforço escolar como alternativa mais adequada. Pois, “Reforço” implica:
Apoio adicional, necessário, ao processo de aprendizagem.
Reconhecimento de que o conteúdo ainda está em construção.
Abertura para práticas pedagógicas diversificadas e contínuas.
O reforço escolar, quando bem estruturado, pode ser uma resposta mais honesta e eficaz às dificuldades dos alunos — sem carregar o peso errôneo e simbólico da palavra “recuperação” como falha ou perda.
Um problema oculto e de alta relevância
Com base no fato de que as ditas recuperações nada recuperam, ainda assim, devemos observar que, mesmo sabendo que depois da prova o aluno que utilizou o hipocampo preenchido por uma explicação minutos antes da prova de “recuperação” e tirou uma nota excelente e, mesmo sabendo que no dia seguinte ele já não mais disporá dos conhecimentos avaliados, por conta do funcionamento do sistema límbico que se livra do que não foi reforçado, como indicativo do grau de relevância. Isto tudo deixa claro que a grande quantidade de alunos que ficam em recuperação, não ficam por conta da explicação não ser boa, como muitos, por interesses escusos, apregoam. Antes, este fato prova que o aluno tem capacidade de compreensão perfeita, contudo como a postura do mesmo diante da nova explicação foi diferente da postura do mesmo no momento da explicação na aula normal anterior. Isto nos leva a conclusão de que um dos grandes fatores responsáveis pela baixa aprendizagem é, de fato a postura do aluno em sala de aula e, por consequência, também em casa, quando o mesmo ainda não compreende o verbo estudar, o qual também é um dos danos causados pela semântica, não esclarecida, do verbo ESTUDAR, nem para os pais e nem, tampouco, para os alunos ao iniciarem sua jornada escolar. Assim sendo, fica demonstrado que se faz necessário um conjunto de ações que produza a correção da postura do aluno em sala de aula, para que o mesmo assimile melhor os ensinamentos e saiba o que fazer com eles ao chegar em casa. Assim, desta forma teremos muito menos alunos apresentando baixa aprendizagem escolar. O que nos leva a necessidade da formulação de um plano pedagógico que “ambientalize”, para além da ideia de pertencimento e boa alimentação (Maslow), as salas de aula, com menos motivações para brincadeiras e mais para o aprendizado. Esclarecendo a conexão entre o que foi ensinado em aula e o devido reforço caseiro, não no sentido dos pais darem aulas, como complementação do processo escolar para fixação e solidificação do aprendizado e sim, no sentido de, em casa, o aluno se portar, como estudante, revendo o que compreendeu em aula e se utilizando das anotações quando não se lembrarem. Então, que as reconexões sejam claras e, portanto dignas de serem chamadas de exercício que realmente reforçam e ajudam a fixar. Que as atividades pedagógicas “caseiras”, que não sejam exercícios de fixação, sejam compreendidas como pré estudo para a próxima aula (aula invertida) ou pós estudo para ampliação do aprendizado, as ditas pesquisas. Que estas três naturezas de atividades sejam devidamente esclarecidas e compreendidas por todos que integram o sistema de aprendizagem e que este sistema esteja em consonância com o sistema escolar utilizado para gerar emancipação por meio da aprendizagem no ócio, programado para este fim e que é conhecido como escola...
Conclusão Manifesto
Portanto, o que precisamos não é de “recuperação”, mas de reforço escolar estruturado, em recursos físicos e práticas pedagógicas que respeitem o tempo para a operacionalidade do cérebro, a singularidade do aluno e a complexidade do ato de aprender. A educação brasileira deve romper com os rótulos impostos e assumir seu papel emancipador, combatendo tanto a maquiagem estatística quanto os estigmas linguísticos que permeiam a educação aprisionando nossos estudantes por meio de determinismo limitantes e inconscientes.
Este manifesto é um chamado à lucidez: que, nas escolas, sejamos críticos, quanto a linguagem, defensores da ciência e promotores de uma educação que liberte — não que maquie.
Professor Celso.
NOSSO PONTO DE PARTIDA
É crucial sabermos que todos, quando iniciamos algo, frequentamos o famoso ponto de partida. Estes, por sua vez tem seu histórico e suas projeções.
Como histórico, para primarmos pela equidade, precisamos visitar a linhagem, tanto quanto a família e o campo cultural do indivíduo, para a partir daí pensarmos estratégias que favoreçam a todos para a aprendizagem e o ensino.
Fundamentação Teórica e Crítica ao Modelo Atual
Diversos estudos apontam que o modelo de recuperação escolar, como praticado em muitas redes públicas brasileiras, não promove aprendizagem profunda:
Cristalização do “não saber”: A recuperação tende a reforçar a ideia de que o aluno “não sabe”, sem oferecer meios eficazes para que ele aprenda de fato.
Efeito hipocampal: Conforme a neurociência, revisões rápidas antes da prova ativam a memória de curto prazo (hipocampo), mas não consolidam o conhecimento no neocórtex, o que compromete a retenção.
Desestímulo ao esforço contínuo: A facilidade da recuperação desincentiva o estudo regular, pois o aluno passa a contar com uma “segunda chance” imediata e superficial.
Desigualdade e estigmatização: Estudos mostram que alunos mais pobres, negros e do sexo masculino são os que mais frequentam turmas de recuperação, o que pode reforçar estigmas e desigualdades.
Proposta de Resolução Escolar
1. Fim da Recuperação Imediata
Extinção da prova de recuperação no mesmo bimestre.
Nova oportunidade apenas na prova do bimestre seguinte, com peso maior para estimular o esforço contínuo.
2. Avaliação Atitudinal
Introdução de uma pontuação atitudinal que valorize:
Disciplina
Respeito aos colegas e professores
Participação ativa
Esforço demonstrado em atividades e estudos
· Estipular provas com 10 questões, pois além de favorecer a transparência, é uma dosagem boa por poder abranger a maioria ou totalidade dos conteúdos. ensinados.
Sugestão de Pontuação:
Critério Atitudinal como formador e bonificador
Pontos (máximo por trimestre)
Disciplina e respeito
1,0
Participação
1,0
Esforço e dedicação no fazer das atividades pedagógicas
1,0
Total possível
3,0
Essa pontuação pode ser somada à média final do bimestre, desde que o aluno tenha alcançado nota inferior a 3 (três).
A pontuação relativa a disciplina e respeito poderá ser retirada do aluno que alcançou uma nota maior que 7.
Objetivos da Resolução
Promover o protagonismo estudantil: O aluno se torna responsável por seu desempenho, sabendo que não haverá “atalhos”.
Estimular o estudo contínuo: A ausência de recuperação imediata exige planejamento e dedicação.
Valorizar atitudes positivas: Reconhecer o esforço e o comportamento como parte do processo de aprendizagem.
Fortalecer a gestão democrática: A resolução pode ser aprovada em conselho escolar, com participação da comunidade.
Referências para Sustentação
Aqui estão os principais artigos que embasam essa proposta:
Recuperação escolar: uma análise crítica a partir da Psicologia Escolar – SciELO
Recuperação paralela: repercussões na permanência escolar e na aprendizagem – FCC
Críticas ao sistema educacional brasileiro – Emdiv
Proposta de RESOLUÇÃO Nº XX/2025 ( para o Regimento interno)
Dispõe sobre a reformulação do sistema de avaliação escolar, extingue a recuperação imediata e institui a avaliação atitudinal como componente da média bimestral.
Art. 1º – Da Fundamentação
Considerando os estudos que apontam que o modelo tradicional de recuperação escolar não promove aprendizagem significativa, esta resolução visa reformular o sistema de avaliação, com base nos seguintes fundamentos:
A recuperação imediata ativa apenas a memória de curto prazo (hipocampo), sem consolidar o conhecimento no neocórtex, conforme estudos da neurociência.
A revisão pré-prova de recuperação cria uma falsa sensação de aprendizagem, desestimulando o estudo contínuo.
A recuperação, como praticada, mascara índices de reprovação sem garantir qualidade de ensino.
A gestão democrática e os conselhos escolares conferem autonomia às escolas para reformular práticas pedagógicas em prol da aprendizagem real.
Art. 2º – Da Extinção da Recuperação Imediata
Fica extinta, em âmbito interno, a prática de recuperação imediata no mesmo bimestre em que o aluno não alcançou a média mínima.
§1º
A nova oportunidade de recuperação será oferecida na prova do trimestre seguinte, com peso adicional, permitindo ao aluno recuperar sua média por meio de esforço contínuo.
Justificativa: o aluno será outro se perceber que a recuperação dependerá de sua postura e de seu aprendizado no decorrer do trimestre atual. Podendo, inclusive perceber a importância de estudar em casa para alcançar uma nota que compense a anterior, podendo inclusive, a prova de quem estiver em recuperação ser agregada a prova normal. E ainda, juntando isto a modalidade atitudinal, esta pode funcionar como um ajustador de comportamento, respeito, disciplina e escuta atenta, a qual ajudará muito na compreensão dos ensinamentos. Claro que isto não é tudo, mas é, já, um grande avanço.
§2º
O aluno será orientado, desde o início do ano letivo, sobre a importância do estudo em casa e da responsabilidade sobre seu próprio desempenho, enquanto protagonista de seu aprendizado.
Art. 3º – Da Avaliação Atitudinal
Fica instituída a Avaliação Atitudinal como componente de controle e extensão da média trimestral, com pontuação máxima de 3,0 pontos por bimestre.
§1º
A pontuação será atribuída conforme os seguintes critérios:
Disciplina e respeito
1,0
Participação e colaboração
1,0
Esforço e dedicação
1,0
§2º
Esta avaliação será realizada pelo professor regente, com base em observações registradas ao longo do trimestre, podendo ser discutida em conselho de classe. Podendo, também a critério do professor acatar, ou não, petição da parte dos alunos, quando o todo for prejudicado por indisciplina de uma minoria.
§3º
Sugestão de Pontuação:
Critério Atitudinal como formador e mediador disciplinar.
Pontos (máximo por trimestre)
Disciplina e respeito
(+1 OU -1)
Participação
(+1 OU -1)
Esforço e dedicação no fazer das atividades pedagógicas (“trabalhos como pesquisa para além do aprendido ou pesquisa como preparo para a aula -aula invertida - exercícios para fixação, por meio de repetições no formato lista de exercícios)
(+1 OU -1)
Total possível
I 3,0 I (*módulo)
A pontuação positiva, uma vez conseguida pelo aluno, poderá ser somada à média final do trimestre, nas disciplinas que for necessário, desde que o aluno tenha alcançado, na parte cognitiva, nota inferior a 3 (três).
A pontuação relativa a disciplina e respeito poderá ser retirada do aluno que alcançou uma nota maior que 7 na avaliação cognitiva
Art. 4º – Dos Objetivos
Esta resolução tem como objetivos:
Promover o protagonismo estudantil, tornando o aluno responsável por sua trajetória de aprendizagem.
Estimular o estudo contínuo e o planejamento pessoal.
Valorizar atitudes positivas que contribuem para o ambiente escolar e para o desenvolvimento integral do aluno, assim como, desvalorizar atitudes negativas que prejudiquem o ambiente escolar e o desenvolvimento integral do aluno.
Fortalecer a gestão democrática e a autonomia pedagógica da escola.
Art. 5º – Da Vigência
Esta resolução entra em vigor na data de sua aprovação pelo Conselho Escolar, com aplicação imediata no ano letivo vigente.
PERGUNTAS DE CONEXÃO
1. Por que extinguir a recuperação imediata?
Porque ela não promove aprendizagem real. Estudos mostram que o aluno realiza a prova de recuperação com base em memórias recentes, ativadas pela revisão, mas que não são consolidadas. Isso gera notas artificiais e desestimula o estudo regular. Além disso, a recuperação tem sido usada como ferramenta política para reduzir reprovações, sem melhorar o ensino.
2. Como a avaliação atitudinal contribui para o protagonismo do aluno?
Ela reconhece o esforço, a disciplina e a participação como parte do processo de aprendizagem. Ao saber que essas atitudes contam pontos, o aluno se sente valorizado e motivado a se engajar. Isso transforma o aluno em protagonista, pois ele entende que seu comportamento e dedicação influenciam diretamente seu desempenho.
3. Como garantir que o novo modelo seja justo e eficaz?
Com critérios claros, acompanhamento pedagógico, relato aos pais e diálogo constante. A avaliação atitudinal será registrada ao longo do trimestre e discutida em conselho de classe. A nova chance de recuperação/(segunda chance) será oferecida no trimestre seguinte, porém, antes, garantindo, no contraturno espaço e recursos para que o aluno utilize seu tempo para estudar e se preparar. Isso tornará o processo mais justo, transparente e eficaz.
Referências de Sustentação
Fonseca, R. P. et al. (2016). Neurociência e aprendizagem: implicações para a educação. Revista Psicologia Escolar e Educacional.
Oliveira, M. A. (2023). Recuperação paralela: repercussões na permanência escolar e na aprendizagem. Revista Brasileira de Educação.
Emdiv. (2024). Críticas ao sistema educacional brasileiro. emdiv.com.br
Lück, H. (2009). Gestão democrática na escola: uma prática em ...